Aprovar um controle dos investimentos da China no México violaria o APPRI entre as duas nações, afirmou Gregorio Canales, diretor geral da North America Investment Solutions.
Recentemente, o Instituto Baker propôs estabelecer um mecanismo trilateral de controle dos investimentos chineses no T-MEC para dar certeza ao México sobre esses fluxos de capital.
Controle dos investimentos da China
Canales replicou que isso não é possível, porque violaria o APPRI (Acordo sobre Promoção e Proteção de Investimentos) entre o México e a China, a Lei de Investimentos Estrangeiros do México e as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
“O Senado teria que desfazer o APPRI com a China e, ao desfazer isso, teríamos um grande problema com a China, o que não temos por que fazer”, questionou.
Canales considerou que a China pode ter certo interesse no mercado mexicano e, em segundo lugar, que a partir do México pode exportar para terceiros mercados, entre eles os da América e da Ásia, principalmente.
“O México está no objetivo da China ou de algumas empresas chinesas para chegar a outro mercado? Acredito que a resposta seja sim. Mas, assim como está o México, a China está de olho no Vietnã, Tailândia, Malásia, Filipinas, África e vários países do mundo. Por exemplo, grandes montadoras chinesas acabaram de investir no Turquestão”, disse Canales.
Pelo menos até agosto de 2024, o México estava atrasado na modernização do APPRI com a China, uma questão ligada à discussão pública que surgiu em relação à revisão do T-MEC.
Comércio de produtos
Sobre esse mesmo ponto, Kenneth Smith, especialista em comércio internacional e sócio da AGON, disse: “Os Estados Unidos estão pedindo que você contenha as exportações chinesas que vêm com práticas desleais e controle os investimentos; mas é preciso ver o que eles estão fazendo também, porque o presidente Donald Trump continua negociando com a China e não pode pedir que você feche e que eles continuem negociando”.
Recentemente, foi apresentado um novo projeto de lei apoiado por vários membros do Comitê de Meios e Arbitérios da Câmara dos Representantes, que tem como objetivo que os parceiros do T-MEC estabeleçam mecanismos de revisão semelhantes ao Comitê sobre Investimento Estrangeiro (CFUS, na sigla em inglês).
O México captou US$ 34,265 bilhões em IED no primeiro semestre de 2025, um recorde com crescimento anual de 10,2%. Os fluxos mantiveram a aceleração em relação a 2023 e 2024. Os números são preliminares e costumam ser ajustados posteriormente para cima.