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Integração comercial na América Latina: nearshoring, a nova oportunidade

A integração comercial na América Latina e nas Caraíbas tem agora uma nova oportunidade de se realizar através do nearshoring, segundo Luz María de la Mora, antiga subsecretária do Comércio Externo do Governo mexicano.

Numa análise publicada pela CEPAL, De la Mora considera que os desafios da globalização abrem novas oportunidades para que a América Latina e as Caraíbas, enquanto região, se integrem nas cadeias de abastecimento que procuram sair da China e deslocalizar-se para países mais próximos da América do Norte ou da Europa por razões geopolíticas.

De facto, o BID identificou que a América Latina e as Caraíbas têm potencial para fazer parte desta onda de deslocalização das cadeias de abastecimento e aumentar as suas exportações de bens e serviços em mais de 78 mil milhões de dólares (64 mil milhões de dólares no comércio de bens e 14 mil milhões de dólares no comércio de serviços).

É claro que, nesta estratégia, países como o México e os da América Central e das Caraíbas já estão bem posicionados para atrair investimentos que procuram deslocalizar-se nesta região para aceder ao mercado dos EUA em condições preferenciais, graças ao Acordo de Comércio Livre América Central-Estados Unidos-República Dominicana (CAFTA) e ao Acordo México-Estados Unidos-Canadá (T-MEC).

No entanto, esta pode ser uma oportunidade para a região oferecer um mercado mais integrado, como o que foi construído na ASEAN, que procura gerar um mercado único através de um processo de integração económica regional e, assim, estar em melhor posição para participar na construção de cadeias de abastecimento.

Integração comercial

Nas mais de seis décadas que se seguiram à assinatura do Tratado de Montevideu de 1960 e do Tratado Geral de Integração Económica Centro-Americana, o contexto internacional mudou.

De la Mora argumenta que os países da América Latina e das Caraíbas optaram por um sistema de regionalismo aberto, através do qual têm uma série de acordos comerciais com países terceiros cujos compromissos são mais fortes e vinculativos do que os assumidos com os seus pares latino-americanos e caribenhos.

É doutorada em Ciência Política pela Universidade de Yale (EUA), tem um mestrado pela Universidade de Carleton (Canadá) e é licenciada em Relações Internacionais pelo Colégio do México (Colmex).

 

Redacción Opportimes

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