As tarifas nos Estados Unidos pressionam por uma maior conformidade com o T-MEC, disse o Conselho Empresarial Mexicano para Comércio Exterior, Investimento e Tecnologia (Comce).
Em 2024, o México exportou US$ 505,9 bilhões em produtos para os Estados Unidos, dos quais apenas 49% foram feitos sob os benefícios do T-MEC, de acordo com dados do Banco Base.
Isso significa que 51% das exportações mexicanas foram deixadas de fora do tratado porque muitas exportações entraram sob a cláusula de Nação Mais Favorecida (MFN).
Conformidade com o T-MEC
Mas em 2025, diante do novo ambiente tarifário, um número crescente de exportadores mexicanos estaria reconsiderando sua decisão de não usar o T-MEC, pois os benefícios tarifários poderiam superar os custos administrativos associados à conformidade com as regras de origem.
Embora ainda não seja possível estimar quantas empresas optarão pelo tratado, o Comce prevê um uso mais intenso do tratado nos próximos meses.
Em particular, para o setor automotivo, espera-se que o conteúdo norte-americano das exportações mexicanas seja sistematicamente documentado, o que permitiria a aplicação de reduções tarifárias significativas.
Sob essa premissa, de acordo com os números do BBVA Research, se o conteúdo médio dos EUA de 18,3% nas exportações automotivas for reconhecido, a tarifa ponderada geral poderia ser reduzida para 13,1%. Se o registro histórico de exportações canalizadas por meio do T-MEC (64,2%) também for alcançado, essa tarifa cairia ainda mais.
Em um cenário otimista, em que o governo dos EUA reduz a tarifa ligada às questões de imigração e fentanil de 25% para 12%, a tarifa ponderada para o México cairia para 8,4%, de acordo com as projeções do Comce.
Isso colocaria o país entre aqueles com menor exposição ao protecionismo comercial dos EUA em nível global.
Comércio bilateral
O México enfrenta uma tarifa de 25% sobre as exportações que não estão em conformidade com o Acordo México-EUA-Canadá (T-MEC), uma tarifa de 25% sobre suas exportações de automóveis (com certos descontos) e uma tarifa de 25% sobre suas remessas de aço e alumínio (incluindo derivados de ambos os metais).
Em 27 de maio de 2025, o Secretário de Economia, Marcelo Ebrard, declarou que cerca de 86% do comércio do México com os EUA não tem tarifas, ante 100% no início de 2025, em violação ao T-MEC.