O Secretário de Economia, Marcelo Ebrard, declarou que não pretende iniciar uma união aduaneira entre o México e os Estados Unidos.

“Não está no espírito dos Estados Unidos fazer uma união aduaneira”, disse Ebrard num evento da Coparmex.

Uma união aduaneira representa uma forma de integração económica. Neste modelo, vários países eliminam os direitos aduaneiros entre si. Além disso, eles aplicam uma tarifa externa comum sobre as importações de países terceiros.

De acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), este tipo de acordo é permitido no âmbito do GATT. No entanto, não pode aumentar a proteção contra os países que não fazem parte do bloco.

União aduaneira entre o México e os Estados Unidos

No final de 2024, Jaime Serra Puche propôs o estabelecimento de tarifas comuns no Tratado entre o México, os Estados Unidos e o Canadá (T-MEC) para aumentar a integração regional e a competitividade em relação a outras nações do mundo.

Serra Puche indicou que estas tarifas comuns já funcionam no comércio de televisores e de açúcar.

“Quando se atinge esse grau de maturidade como tratado, é altura de pensar em como conseguir uma maior solidez de integração e em como, enquanto grupo, a América do Norte tem de competir com a China e a Europa, e penso que isso pode ser conseguido, mesmo que apenas parcialmente, com um acordo aduaneiro que nos permita ter a mesma tarifa para os três países em relação ao resto do mundo”, afirmou na altura.

Em seguida, no final de fevereiro, o México apresentou uma proposta de união aduaneira no sector automóvel. A iniciativa foi dirigida aos Estados Unidos. O objetivo é controlar as importações provenientes da China. Foi o que revelou Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos EUA.

“Uma proposta muito interessante que o governo mexicano fez é igualar os níveis de tarifas que temos nos Estados Unidos contra a China”, disse ele na sexta-feira em uma entrevista à Bloomberg TV.

“Penso que seria um bom gesto se os canadianos também o fizessem, para que pudéssemos ter uma fortaleza na América do Norte contra a inundação de importações chinesas provenientes da economia mais desequilibrada da história dos tempos modernos”, acrescentou Bessent.