A demanda por açúcar pode ser afetada negativamente pela campanha Make America Healthy Again (MAHA) do governo do presidente americano Donald Trump, de acordo com uma análise divulgada pela Comissão de Comércio Internacional (USITC).
A campanha tem se concentrado na redução do açúcar adicionado em alimentos industrializados, especialmente em bebidas açucaradas (SSB).
De acordo com o relatório Sugar and Sweeteners Outlook: April 2025 do USDA, o uso de açúcar para consumo em alimentos e bebidas nos Estados Unidos para o ano fiscal de 2024/25 foi de aproximadamente 12,240 milhões de toneladas curtas brutas (STRV).
Os efeitos da MAHA
No Congresso, o Caucus MAHA, criado pelo senador Roger Marshall, coloca o foco na nutrição. Ele também busca ampliar o acesso a alimentos acessíveis, ricos em nutrientes e de alta qualidade. Além disso, promove melhorias na atenção primária e no combate às causas de doenças crônicas.
A declaração de missão do Caucus destaca outro objetivo. Trata-se de promover a agricultura regenerativa e de precisão. Ao mesmo tempo, incentiva práticas agrícolas que elevem a qualidade nutricional dos alimentos. E, paralelamente, fortalecem a saúde do solo.
De acordo com a USITC, as alterações propostas ao Programa de Assistência Nutricional Suplementar, conhecido como SNAP, podem ter um impacto indireto na demanda por açúcar. Nesse cenário, o debate se cruza com a política social e a economia agrícola.
Os impostos sobre refrigerantes e outras bebidas açucaradas também influenciam. De fato, um estudo de 2024 mostrou efeitos claros. Os preços das SSB subiram mais de 33%. Consequentemente, o volume de consumo caiu na mesma proporção.
Importações
O USDA informou que, durante o ano civil de 2024, foram utilizadas 887.000 toneladas curtas de açúcar refinado para bebidas; 33% do uso em bebidas no ano fiscal de 2024 representa mais de 290.000 toneladas curtas de açúcar refinado.
Até agora, o mercado de açúcares especiais mantém um crescimento constante. O boom concentra-se no açúcar orgânico e não geneticamente modificado. A tendência responde à maior demanda por produtos processados voltados para consumidores que buscam opções naturais e certificadas.
De acordo com o USDA, a oferta de açúcar orgânico passou de 130.100 MTRV em 2015 para 281.660 MTRV em 2023. Isso equivale a um aumento superior a 116%. O salto reflete como a preferência dos consumidores muda o rumo do mercado.
A maior parte desse açúcar não é produzida nos Estados Unidos. Entre 2020 e 2023, menos de 6,4% foi de origem nacional. Assim, o país depende das importações. Os principais fornecedores são Brasil, Paraguai, Colômbia, Argentina e Costa Rica.