Os governos do México e do Brasil buscam estratégias para enfrentar as tarifas estabelecidas pelos Estados Unidos.
Para isso, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil propôs que as sinergias entre esses dois países latino-americanos possam impulsionar uma maior abertura dos mercados bilaterais.
Uma missão com 198 representantes de empresas brasileiras participará do Fórum Empresarial México-Brasil 2025 nesta quarta e quinta-feira, na Cidade do México.
Estratégias para enfrentar as tarifas
Em julho deste ano, os Estados Unidos anunciaram tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros – em vigor desde 6 de agosto – que afetam setores estratégicos como café, carne bovina, frutas, têxteis e calçados.
A medida prevê a isenção de quase 700 itens que representam 45% das exportações brasileiras (US$ 17,9 bilhões) para os Estados Unidos (US$ 40,4 bilhões em 2024).
No entanto, cerca de US$ 22,5 bilhões em exportações brasileiras (55% do total) continuam sujeitas ao aumento tarifário.
O impacto é significativo, já que os Estados Unidos são tradicionalmente o segundo maior parceiro comercial do Brasil.
“É nesse contexto que a Missão Institucional e Empresarial Brasil-México surge como uma iniciativa estratégica para ambos os países. Ao fortalecer seus laços comerciais, as duas nações podem não apenas mitigar os impactos das tarifas norte-americanas, mas também construir uma parceria sólida e sustentável para o futuro”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil em um informativo divulgado em conjunto com outras entidades governamentais.
Multilateralismo
Em resposta às tarifas, o Brasil lançou, em 13 de agosto, o Plano Brasil Soberano. Ele inclui fortalecimento produtivo, proteção trabalhista, diplomacia comercial e multilateralismo. Além disso, destina R$ 30 bilhões em créditos, isenções fiscais e compras governamentais para pequenas empresas.
O Brasil também busca diversificar as exportações para outros mercados. Para isso, a Apex Brasil fornece inteligência de mercado e promoção comercial, conectando empresas com compradores internacionais.
Por outro lado, as alfândegas americanas aplicam tarifas de 35% ao Canadá e 25% ao México em produtos fora do T-MEC. A medida responde à suposta falta de cooperação em fentanil e migração. Além disso, fixa tarifas de 25% para veículos leves sem conteúdo americano e de 50% para aço, alumínio e cobre para ambos os países.