8 de Dezembro de 2025

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México analisa maior uso de etanol na gasolina

7 diciembre, 2025
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Mexico considers increased use of ethanol in gasoline
Photo: Pixabay.

O México analisa um maior uso de etanol na gasolina, como parte do novo marco regulatório planejado pela Secretaria de Energia (Sener).

Atualmente, a Sener está tentando criar um marco regulatório para biocombustíveis, mas não se sabe ao certo como as regulamentações atualizadas abordarão a mistura de etanol.

Etanol na gasolina

O México não mistura etanol em sua gasolina. No entanto, incorporar etanol diminuiria a dependência do MTBE, um aditivo antigo e com fortes questionamentos ambientais. Esse composto tem gerado preocupação com a contaminação das águas subterrâneas. Na verdade, ele deixou de ser usado de forma significativa nos Estados Unidos desde 2005.

Por outro lado, o etanol substitui o MTBE na matriz de combustíveis americana. Ele contribui com mais octanagem, custa menos e oferece um impacto ambiental mais favorável.

Enquanto isso, o consumo de combustível no México cresce ano após ano. Mas ainda existem barreiras regulatórias que freiam o uso do etanol. Em 2020, o México importou 74% dos combustíveis que consumiu. E desde 2025, os Estados Unidos fornecem cerca de 63% do volume total.

O México consome hoje mais de 800.000 barris diários de gasolina. Assim, a demanda supera amplamente a produção interna. Vale lembrar que o uso do etanol começou na década de 2000. No entanto, o país não conseguiu consolidar uma política nacional de mistura comparável à de outros países da América Central e do Sul.

De acordo com o Conselho de Grãos e Bioprodutos dos Estados Unidos (USGBC), o etanol gera benefícios para ambos os parceiros comerciais. Para o México, abriria as portas para metas mais altas de sustentabilidade e menor dependência energética.

No caso dos Estados Unidos, um maior acesso por meio de uma mistura nacional E10 criaria um mercado de 1,2 bilhão de galões, equivalente a 425 milhões de bushels. Também reduziria o déficit comercial agrícola bilateral — estimado em US$ 12,2 bilhões — em 16,7%.

Comércio 

As exportações de etanol para o México têm flutuado nos últimos cinco anos. Ainda assim, atingem níveis recordes de 70 milhões de galões. No entanto, o produto entra apenas para uso industrial e não como combustível automotivo.

Em 2017, a Comissão Reguladora de Energia (CRE) autorizou a mistura E10 fora das áreas metropolitanas. Mas, em 2020, a Suprema Corte reverteu essa norma. Também reduziu o padrão de mistura para 5,8% e proibiu o etanol na Cidade do México, Monterrey e Guadalajara.

Desde então, o setor energético passa por uma profunda mudança regulatória. Enquanto isso, a Sener trabalha em um novo marco para os biocombustíveis. Ainda não está claro como incluirá a mistura de etanol nem se ampliará seu uso rodoviário.

O USGBC propõe retomar o E10 dentro do marco dos biocombustíveis. Sugere utilizar como base a NOM-016-CRE e eliminar as restrições nas três principais cidades. Assim, o México poderia avançar para um esquema mais flexível e alinhado com os padrões internacionais.

 

 

Imagen cortesía de Redacción Opportimes | Opportimes