O Conselho Nacional da Indústria Manufactureira de Exportação (Index) fez uma avaliação do impacto no México dos acordos-quadro dos Estados Unidos.

Ao contrário dos acordos-quadro com outros países asiáticos e da América Latina, o acordo tarifário dos Estados Unidos com a Coreia do Sul constitui um precedente importante.

A razão: é a primeira vez que os Estados Unidos modificam as condições de um Tratado de Livre Comércio (TLC) em vigor (Korus, aprovado pelo Congresso em 2012) por meio de um instrumento paralelo. 

Acordos-quadro dos Estados Unidos

O acordo com a Coreia do Sul estabelece: 

• Uma tarifa mínima de 15% para produtos originários da Coreia, independentemente do TLC, a menos que a tarifa NMF ou a tarifa Korus seja maior. 
• Para automóveis, autopeças, madeira e derivados, é fixado um limite máximo de 15%, suavizando parcialmente as tarifas derivadas da Seção 232. 
• Para aço, alumínio e cobre, não há concessões: a Coreia do Sul continuará enfrentando a tarifa de 50% sob a Seção 232. 
• Em troca, a Coreia do Sul compromete mais de US$ 350 bilhões em investimentos estratégicos e fabricação naval, além de medidas de vigilância sobre práticas desleais. 

Os acordos com a Ásia e a América Latina, bem como o pacto com a Coreia do Sul, abandonam o princípio da “nação mais favorecida” e elevam a tarifa média dos Estados Unidos a níveis nunca vistos desde a década de 1930.

Implicações para o México

Para o México, esses acordos implicam:

• Pressão competitiva em bens de consumo e manufaturas leves, onde Malásia, Camboja, Vietnã e Tailândia obtêm vantagens regulatórias.
• Menor margem relativa em certos setores se os Estados Unidos concederem acesso preferencial a países fora do ACEUM. 
• O México mantém uma vantagem estrutural em bens que cumprem o ACEUM, especialmente em manufaturas intermediárias, autopeças, elétricos-eletrônicos e maquinário, onde enfrenta tarifas ponderadas significativamente menores (5% contra 15-35% para a Ásia). 

Nesse contexto, a tarifa zero concedida ao México para os seguintes bens tem cada vez mais valor:

• Não sujeitos às tarifas da Seção 232 e que cumprem a regra de origem do ACEUM.
• Autopeças para automóveis e picapes.
• Autopeças para caminhões de serviço médios e pesados.