O Conselho Mexicano da Carne (Comecarne) solicitou melhorias na aplicação das normas alfandegárias e sanitárias no âmbito das consultas sobre o Tratado entre o México, os Estados Unidos e o Canadá (T-MEC).
Esta posição foi definida em uma carta enviada à Representação Comercial dos Estados Unidos (USTR).
Comecarne
De acordo com o Capítulo 7 do T-MEC, as Partes devem garantir o despacho rápido de mercadorias por meio de procedimentos transparentes, previsíveis e aplicados de maneira uniforme, apoiados por sistemas de gestão de riscos que concentrem as inspeções em mercadorias de alto risco e agilizem o despacho de remessas de baixo risco.
Na prática, as empresas membros da Comecarne relataram variabilidade na aplicação dos critérios sanitários e alfandegários nos diferentes portos de entrada.
“Essa falta de uniformidade pode gerar atrasos, custos adicionais e incerteza para os operadores — em particular, para aqueles que lidam com produtos agroalimentares perecíveis — e pode afetar a previsibilidade e a eficiência geral do comércio transfronteiriço”, disse.
Em consonância com os objetivos do T-MEC, a Comecarne recomendou ao USTR, em coordenação com seus homólogos mexicanos, que promova melhorias operacionais para fortalecer a coordenação entre as autoridades alfandegárias e sanitárias.
A Comecarne é composta por 46 membros e 93 membros associados que participam de atividades relacionadas à indústria da carne, incluindo matadouros, instalações de corte e desossa, e processadores e embaladores de carne fresca e processada.
Setor de carne
A Comecarne propôs uma série de ações para análise pelo Comitê de Facilitação do Comércio do T-MEC, de acordo com o artigo 7.24. O objetivo é agilizar o comércio regional e reduzir os custos operacionais para o setor de carne.
Em primeiro lugar, propôs uma implementação piloto em portos de alto volume, com inspeções coordenadas e processamento prévio à chegada. Dessa forma, o uso de documentação eletrônica permitiria reduzir os tempos de despacho de remessas em conformidade e de baixo risco.
Além disso, propôs uma ligação com operadores econômicos autorizados (OEA) especializados em produtos agroalimentares perecíveis. Esse esquema incluiria indicadores-chave de desempenho (KPI), como tempos de despacho e taxas de inspeção, juntamente com relatórios periódicos ao Comitê.
O órgão também solicitou a digitalização dos trâmites alfandegários e a simplificação dos requisitos documentais para o trânsito de produtos cárneos dentro da região. Com isso, seria impulsionado o uso de guichês únicos e ferramentas digitais.