A China domina atualmente as cadeias de abastecimento de minerais, destacou Sarah Stewart, diretora executiva da Silverado Policy Accelerator.
Ao participar das consultas sobre o T-MEC em Washington no início de dezembro, Stewart afirmou que o país ou região que controlar o abastecimento desses insumos terá uma vantagem econômica e militar.
Cadeias de abastecimento de minerais
A Silverado Policy Accelerator é um grupo de especialistas em geopolítica focado em melhorar a competitividade dos Estados Unidos.
“A China domina atualmente as cadeias de abastecimento de minerais. E embora os Estados Unidos e seus aliados liderem a produção de semicondutores avançados, a China também domina a produção e exportação de semicondutores fundamentais em nível mundial”, disse Stewart.
Segundo Stewart, as cadeias de abastecimento exigem compromissos claros. O objetivo é garantir resiliência e segurança para os Estados Unidos e para a América do Norte. Nesse contexto, o T-MEC continua sendo uma referência. No entanto, algumas disposições podem ser reforçadas e outras adicionadas. Por isso, ele pediu que os Estados Unidos estejam à altura do momento.
A mensagem é direta. As decisões-chave exigem ação concertada. Medidas unilaterais não são suficientes. Conseguir isso é estratégico, porque o T-MEC pode se tornar um modelo para outros acordos comerciais.
Stewart identificou áreas com potencial transformador para a segurança comercial e econômica regional. A primeira é o uso de dados. São necessários mais dados. Mas, acima de tudo, é necessária uma estratégia personalizada. Não se trata de acumular informações. Trata-se de ganhar transparência. Assim, ampliam-se as opções para enfrentar distorções comerciais e abrir novas oportunidades.
Em seguida, ele propôs um sistema de monitoramento conjunto. Ele serviria para detectar excessos de capacidade e picos de importações antes que prejudicassem empresas e trabalhadores. A coordenação permitiria reagir a tempo. As métricas seriam claras: volume exportado, valor, preço unitário, produção e capacidade.
Fraude alfandegária
Em segundo lugar, o foco se volta para as alfândegas. Stewart propôs maior transparência. Isso implica publicar e compartilhar dados alfandegários. Inclui origem, valor e quantidade das importações. Com isso, fortalece-se a vigilância contra o transbordo, a evasão de medidas comerciais e a fraude alfandegária. A supressão de dados, alertou, deve ser excepcional.
Por fim, abordou o investimento estrangeiro. As partes, observou, devem oferecer informações com a máxima transparência. Também devem avaliar as estruturas de propriedade das empresas estrangeiras em seus territórios. Esses dados permitem antecipar riscos. Além disso, facilitam uma resposta conjunta contra importações desleais e atores predatórios, inclusive por meio de tarifas comuns ou outras medidas relacionadas à segurança econômica e nacional da região.