As novas leis no México abrem seis oportunidades para a indústria elétrica relacionadas principalmente com a energia limpa e a modernização da rede elétrica.

Até 2030, a CFE prevê adicionar mais de 22 mil MW em nova capacidade elétrica. Isso será feito com usinas solares, eólicas e de ciclo combinado. Também com projetos de cogeração e armazenamento. Com isso, as energias limpas representariam cerca de 38% da geração nacional. Assim, o país avançará em direção a uma economia de baixas emissões e um fornecimento elétrico confiável e competitivo.

Oportunidades para a indústria elétrica

Do ponto de vista do governo de Claudia Sheinbaum, o modelo energético herdado deixou altos custos sociais e ambientais. Hoje, 36,7% dos lares vivem em pobreza energética. Além disso, o México é o 12º maior emissor global de GEE, sofre com a superexploração de aquíferos e perda de competitividade industrial.

No entanto, surge uma janela de oportunidade. Com mais investimento, eficiência energética e renováveis, o país pode formar capital humano especializado e avançar em direção à soberania energética.

Por sua vez, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos aponta que, apesar de um setor mais estatizado, existem espaços para empresas americanas alinhadas com a energia limpa e a modernização da rede. A expansão das energias renováveis continuará impulsionando a demanda por soluções solares, eólicas, geotérmicas, armazenamento e redes inteligentes.

CFE

Em 18 de março de 2025, Sheinbaum promulgou uma reforma energética de grande alcance. A reestruturação do setor prioriza as empresas estatais. Agora, pelo menos 54% da eletricidade deverá vir de usinas da CFE. O restante, até 46%, ficará para geradores privados. Além disso, a CNH e a CRE desaparecem, substituídas por uma Comissão Nacional de Energia centralizada e dependente do Executivo.

As leis estabelecem seis mecanismos para que o setor privado participe da geração de eletricidade, sob um esquema mais controlado e com regras definidas para investimento e operação.

As novas leis definem seis vias para a participação do setor privado na geração de eletricidade:

• Concurso aberto para projetos maiores que 0,7 MW que participem do mercado atacadista de eletricidade do México.
• Projetos de grande escala desenvolvidos pelo setor privado, com eletricidade vendida exclusivamente à CFE e possível transferência de ativos.
• Empresas conjuntas com a CFE, nas quais esta possui uma participação mínima de 54%.
• Geração distribuída no local de até 0,7 MW, isenta de requisitos de licenças.
• Sistemas de autogeração entre 0,7 e 20 MW, não conectados à rede elétrica nacional.
• Sistemas de autogeração entre 0,7 e 20 MW com conexão à rede, onde a energia excedente deve ser vendida exclusivamente à CFE.