O governo dos Estados Unidos expressou sua preocupação com a aplicação das leis no México em questões relacionadas a fraudes, seguradoras, proteção dos direitos de propriedade industrial e direitos trabalhistas na agricultura, nas fábricas e na construção civil.
Em seu relatório Declaração sobre o clima de investimento no México 2025, o Departamento de Estado referiu que empresas americanas relataram, nos últimos anos, a apresentação de acusações criminais contra funcionários da empresa e partes relacionadas, decorrentes de disputas contratuais ou comerciais, com dois casos desse tipo apenas no primeiro trimestre de 2025.
Aplicação das leis no México
Em sua opinião, as reformas judiciais no México em 2024 podem impactar ainda mais o panorama jurídico para os investidores estrangeiros, afetando a previsibilidade e a imparcialidade das decisões judiciais, bem como a reciprocidade na resolução de disputas.
“As empresas americanas que investem ou fazem negócios no México devem se familiarizar com as leis e procedimentos mexicanos que permitem que processos criminais paralelos, muitas vezes baseados em acusações de fraude, sejam julgados simultaneamente com disputas comerciais”, disse ele.
Por outro lado, as barreiras comerciais de 2025 do Departamento de Estado publicadas em 31 de março de 2025 indicaram que várias empresas americanas relatam que a SAT do México mudou sua interpretação de suas leis e, como resultado, exigiu que as seguradoras pagassem retroativamente o imposto sobre o valor agregado sobre indenizações por danos que remontam a 2015.
OIT
“As empresas americanas expressaram sua preocupação de que a SAT não esteja aplicando a lei de maneira consistente, o que poderia levar à insolvência de algumas seguradoras no México”, destacou no relatório sobre investimentos.
Em uma terceira vertente, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o governo mexicano foi razoavelmente eficaz na aplicação da legislação trabalhista em grandes e médias empresas, especialmente em fábricas operadas por empresas americanas e em outras indústrias sob jurisdição federal.
Mas o Departamento de Estado acrescentou que a aplicação da lei foi deficiente “em muitas pequenas empresas” e nos setores agrícola e da construção civil, e praticamente inexistente no setor informal.
As organizações de trabalhadores apresentaram inúmeras queixas sobre as más condições de trabalho nas fábricas e na indústria de produção agrícola. As queixas mais comuns foram: baixos salários, más condições de trabalho, longas jornadas de trabalho, demissões injustificadas, falta de benefícios de segurança social e segurança no trabalho e falta de liberdade sindical.