As tarifas sobre os abacates peruanos exportados para os Estados Unidos estão afetando os lucros da empresa Mission Produce.
A Mission Produce importa abacates do Peru para o mercado americano com uma tarifa de 10%.
Também importa essa fruta do México sem pagar tarifas, ao abrigo do USMCA.
Abacates peruanos
O Departamento de Agricultura projeta que as exportações peruanas de abacate totalizarão 630.000 toneladas métricas em 2025. Isso representará um aumento de 2% em relação ao ano anterior.
Em contrapartida, em 2024, as vendas para o exterior caíram 4% em relação a 2023. Foram registradas 594.000 toneladas. A queda foi resultado de condições climáticas excepcionalmente frias que reduziram a produtividade.
“As vendas de frutas peruanas se concentram no segundo semestre do ano fiscal, coincidindo com a temporada de colheita do abacate peruano. Se não conseguirmos transferir o custo das tarifas para os clientes, poderemos sofrer um impacto negativo na margem bruta”, afirmou a Mission Produce em seu último relatório trimestral.
O USDA prevê que a produção mexicana de abacate em 2025 atingirá 2,75 milhões de toneladas. Isso significa um aumento anual de 3%.
Além disso, estima que as exportações do México crescerão 5% em relação a 2024. Assim, o volume enviado para o exterior totalizará 1,34 milhão de toneladas.
Importações americanas
Em 1º de fevereiro de 2025, os Estados Unidos aplicaram uma tarifa de 25% sobre certas importações, incluindo todos os produtos provenientes do México.
A medida esteve em vigor entre 4 e 6 de março. Nesse período, a Mission Produce pagou US$ 1,1 milhão em tarifas sobre suas compras mexicanas. Devido à curta duração, a empresa não repassou o custo aos clientes.
Em 6 de março, Washington isentou de tarifas as importações mexicanas que cumpriam o USMCA. No entanto, em 2 de abril, impôs uma nova tarifa mínima de 10% sobre todas as importações, em vigor desde 9 de abril, sem incluir o México.
Os abacates da Mission Produce vêm principalmente do México e do Peru. A empresa também se abastece em outros países da América Central e da América do Sul, alguns sujeitos a tarifas superiores a 10%.