A Secretaria da Economia do México informou que promoverá reformas na Lei Alfandegária para poder supervisionar melhor o uso de licenças alfandegárias.
“Haverá mudanças na lei que reforçarão a capacidade do governo de supervisionar a questão alfandegária e também de penalizar quem fizer uso indevido, por exemplo, de licenças alfandegárias”, disse nesta quarta-feira o subsecretário de Indústria e Comércio da Secretaria da Economia, Vidal Llerenas.
Licenças alfandegárias
O funcionário participou de uma coletiva de imprensa sobre a imposição de quotas compensatórias definitivas às importações de calçados originários da China a partir desta quinta-feira.
“Estamos trabalhando muito, além de que uma das iniciativas que serão discutidas no Congresso da União neste período é uma nova Lei Aduaneira, que vem sendo trabalhada com o setor privado, com todos os atores”, acrescentou Llerenas.
A Secretaria da Fazenda e Crédito Público (SHCP) e os agentes alfandegários avançam em uma reforma da Lei Aduaneira. O objetivo surge diante das mudanças no comércio exterior e da pressão para frear a corrupção.
No último dia 1º de julho, os agentes apresentaram uma proposta à Unidade de Legislação Tributária da SHCP. A Confederação das Associações de Agentes Aduaneiros da República Mexicana (CAAAREM) propôs tornar operacional a agência aduaneira. A intenção é consolidar essa figura corporativa como um esquema permanente.
Hoje, a norma estabelece que, se um agente falecer, sua licença é extinta e o negócio é perdido. Por isso, a iniciativa busca dar continuidade às operações e evitar lacunas legais.
Ao mesmo tempo, o governo federal propõe mudar o esquema de responsabilidade. Pretende-se passar de um modelo compartilhado para um direto. Assim, os agentes assumiriam um papel mais claro na validação das operações. E outros participantes do comércio exterior serão responsabilizados.
Rafael Marín Mollinedo, chefe da Agência Nacional de Alfândegas do México (ANAM), destacou que os agentes são o primeiro filtro na cadeia comercial. Com isso, disse ele, é possível prevenir práticas inadequadas, como subavaliação ou contrabando.
Atualmente, 804 agentes operam no México. Outros 66 estão em processo de cancelamento. Além disso, o governo de Claudia Sheinbaum suspendeu 47 licenças por supostas irregularidades.
Proteção industrial
Paralelamente, a política tarifária de Donald Trump impacta o comércio global. Diante disso, Marcelo Ebrard, secretário da Economia, afirmou que o governo mexicano está promovendo uma reforma da Lei Aduaneira para proteger a indústria nacional.
“Estamos em uma nova etapa determinada pelo que os Estados Unidos estão decidindo. Portanto, se vamos proteger mais nossa indústria, precisamos de mudanças na Lei Aduaneira que foi prevista para outra circunstância de livre comércio total… Agora estamos em outra circunstância”, disse ele.