A Câmara Mineira do México (Camimex) solicitou maior proteção para os investimentos minerais no Tratado entre o México, os Estados Unidos e o Canadá (T-MEC).
Em sua opinião, os investimentos minerais deveriam se beneficiar de mecanismos integrais de proteção de investimentos e resolução de controvérsias.
Proteção para investimentos minerais
Atualmente, o setor minerário não figura como “setor coberto” no Anexo 14-E (Controversas de Investimento entre o México e os Estados Unidos relacionadas a Contratos Governamentais Cobertos) do Capítulo 14 (Investimentos) do T-MEC.
Consequentemente, ele não tem acesso total aos procedimentos de Solução de Controvérsias entre Investidores e Estados (SCIE).
Os dados indicam que, no ano fiscal de 2025, 43% dos novos casos de SCIE correspondem aos setores de petróleo, gás e mineração; a mineração representou 19 casos, o número mais alto entre todos os setores.
As estatísticas do CIADI confirmam que 26% de todos os casos administrados estão relacionados ao petróleo, gás e mineração, a porcentagem mais alta de qualquer indústria.
Em carta enviada à Representação Comercial dos Estados Unidos (USTR), a Camimex afirmou que os dados demonstram uma necessidade urgente de incluir a mineração como um setor plenamente protegido dentro do SCIE. Essa medida, segundo a entidade, fortaleceria a segurança jurídica e a competitividade regional.
Na avaliação da Camimex, durante a próxima revisão conjunta do T-MEC, deveriam ser negociadas regras claras para a solução de controvérsias entre os estados no campo da mineração. Com isso, seria possível garantir uma resolução mais rápida, transparente e eficaz das divergências relacionadas à aplicação ou interpretação do acordo.
Marco Institucional e Cooperação
Os capítulos do T-MEC incluem comitês responsáveis por supervisionar a implementação do acordo. Além disso, eles têm a função de recomendar emendas, promover a cooperação e facilitar o intercâmbio de informações entre os países membros.
De acordo com a Camimex, ampliar essas funções para um comitê especializado em mineração geraria grandes benefícios para o setor. Dessa forma, fortaleceria o diálogo constante, a transparência e a capacidade de adaptação diante das mudanças regulatórias.
A Câmara explicou que esse comitê poderia assumir a tarefa essencial de formular as propostas-chave para que a Comissão as considere. Com isso, seria garantida a criação de disposições específicas e recomendações de alto impacto. Entre elas, destacam-se as seguintes:
- Promover incentivos que impulsionem a expansão das operações de mineração e das plantas de processamento intermediário na América do Norte, atendendo às limitações atuais de capacidade.
- Criar programas estratégicos de armazenamento e iniciativas de compra conjunta que garantam reservas suficientes em caso de interrupções no fornecimento e mantenham a estabilidade dos preços.
- Projetar mecanismos coordenados para estabilizar os mercados de matérias-primas, reduzindo a volatilidade e oferecendo maior previsibilidade aos investimentos de longo prazo.
- Promover projetos de pesquisa focados no processamento de minerais, reciclagem e tecnologias de baixo impacto ambiental, com o objetivo de posicionar a América do Norte como referência em mineração sustentável.
- Impulsionar investimentos transnacionais por meio de projetos colaborativos público-privados de grande alcance em toda a região.