O impacto das tarifas dos EUA sobre a economia global inclui o risco de sérias interrupções nas cadeias de produção transfronteiriças, alertou a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
Os EUA aplicam uma tarifa de 145% sobre as importações de produtos chineses e a Casa Branca disse que essa taxa poderia aumentar para 245%, enquanto a China impôs uma tarifa de 125% sobre suas importações de produtos americanos. Em ambos os casos, com algumas exceções.
Impacto das tarifas dos EUA
A UNCTAD afirmou em um relatório que muitas empresas estão tendo prejuízos em decorrência da guerra comercial. Além disso, um grande número de empresas também está adiando decisões importantes de investimento e contratação.
Como parte de sua política tarifária agressiva, o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs uma tarifa mínima de 10%. Essa medida se aplicará a quase todos os produtos e à maioria dos países. Ela afetará até mesmo os 57 países ou jurisdições que receberam uma suspensão temporária de tarifas recíprocas por 90 dias.
Entretanto, o México e o Canadá foram excluídos dessa regra. Para manter essa exceção, eles devem cumprir as regras de origem do Acordo México-EUA-Canadá (T-MEC). Caso contrário, estarão sujeitos a uma tarifa de 25%.
Por outro lado, Belarus, Cuba, Coreia do Norte e Rússia também foram deixados de fora dessa medida. Esses países já estavam sujeitos a várias sanções impostas pelos Estados Unidos anteriormente.
Solicitações comerciais
Vários países responderam às tarifas com medidas retaliatórias ou ameaças semelhantes. A situação continua fluida e pode mudar a qualquer momento.
Essas tarifas, juntamente com as novas restrições comerciais, aumentam a tensão geoeconômica. De acordo com a UNCTAD, isso coloca em risco as cadeias de produção e os fluxos comerciais globais. Como resultado, a economia mundial sofre uma desaceleração.
Apesar disso, a previsão de crescimento para 2024 melhorou ligeiramente graças ao forte desempenho da economia dos EUA no último trimestre. Entretanto, esse avanço foi limitado por uma expansão mais lenta na Europa e na América Latina.
A recuperação no final de 2024 deveu-se ao aumento previsto nos pedidos de negócios e no consumo em face das novas tarifas. Entretanto, esse dinamismo será temporário.