Os governos da América do Norte tomaram medidas para lidar com o excesso de capacidade global de produção de aço.
Em seu OECD Steel Outlook 2025, divulgado na segunda-feira, a OCDE projeta um aumento de 6,7% na capacidade de produção mundial de aço entre 2025 e 2027, com um adicional de 165 milhões de toneladas métricas durante esse período.
Em 2024, a capacidade global de produção de aço era de 2.472,1 milhões de toneladas, um aumento de 0,6% em relação ao ano anterior.
Excesso de capacidade global de aço
Ao mesmo tempo, a OCDE observou que o setor siderúrgico global enfrentará distorções no comércio devido a subsídios não comerciais na China e em outros países.
Em particular, o excesso de capacidade siderúrgica global afeta a América do Norte, deprimindo os preços e prejudicando a competitividade local. Isso leva ao fechamento de fábricas, à perda de empregos e à adoção de medidas protecionistas. Também desestimula o investimento e complica os esforços de descarbonização ao transferir a produção para países com menos controles ambientais.
Juntos, o México, os Estados Unidos e o Canadá têm uma capacidade de produção de aço de 163,3 milhões de toneladas. Esse volume aumentou 5,9% em relação a 2019.
Medidas governamentais
Em 2024, vários países reforçaram suas políticas para proteger o setor siderúrgico. A América do Norte foi uma das regiões mais ativas em face do excesso de capacidade global e do aumento das importações, especialmente da China.
Os EUA e o Canadá impuseram tarifas sobre produtos siderúrgicos e setores estratégicos. Além disso, eles ativaram a Seção 232 para restringir as importações mexicanas cujo aço não era fundido na região.
Por outro lado, a América do Norte e a região da ASEAN registraram quedas de preços de mais de 30% nos produtos de aço plano importados da China.
O Brasil, o México e a Turquia também ajustaram suas políticas. Todos aumentaram as tarifas para proteger seus setores do influxo maciço de aço barato.
No México, o Ministério da Economia cancelou as importações de metade das usinas estrangeiras registradas. A medida visa impedir a triangulação e a evasão de tarifas.
Para importar aço, cada usina deve ser registrada. De acordo com Marcelo Ebrard, Secretário de Economia, mais de 2.000 registros foram revisados por ordem presidencial.
Por fim, essa decisão coincide com o anúncio de Donald Trump. O presidente dos Estados Unidos reativou as tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio a partir de março de 2025, eliminando as isenções para o México e o Canadá no âmbito do T-MEC.