O México contribui para a competitividade automotiva na América do Norte, destacaram o governo e o setor empresarial mexicanos.
Sergio Gómez Lora, diretor-geral do Escritório Representativo nos Estados Unidos do Conselho Coordenador Empresarial (CCE), explicou que as exportações americanas de autopeças para o México foram oito vezes maiores do que as exportações americanas para o Japão ou a Alemanha.
Além disso, 40% de todas as exportações mexicanas são bens intermediários, utilizados pelos fabricantes americanos em sua produção industrial.
“Todos esses bens têm um importante componente americano, desde gás natural até minério de ferro, carvão, petroquímicos e muitos outros”, disse Gómez Lora, nas audiências públicas presenciais organizadas pela Representação Comercial dos Estados Unidos (USTR) em Washington, no último dia 4 de dezembro. “Não muito tempo atrás, vários desses insumos vinham da Ásia”.
Competitividade automotiva na América do Norte
De fato, Gómez Lora destacou que o comércio com o México é uma ferramenta crucial para que os Estados Unidos concorram com sucesso com as economias norte-americanas, ao mesmo tempo em que gera empregos naquele país.
“Cada dólar que os fabricantes mexicanos exportam para os Estados Unidos sustenta empregos no setor exportador americano. Esse fato importante deve ser levado em consideração ao comparar o déficit comercial dos Estados Unidos com o México com os desequilíbrios comerciais dos Estados Unidos com outros países”, afirmou.
Em 2024, o México produziu 4,1 milhões de veículos automotores (tanto veículos leves quanto caminhões pesados), vendeu 1,6 milhão de unidades em seu mercado interno, importou 1,1 milhão de unidades e exportou 3,5 milhões de unidades.
“A indústria automotiva dos Estados Unidos não seria competitiva sem o México”, disse Marcelo Ebrard, secretário da Economia do México, neste domingo, durante o Primeiro Encontro Nacional de Polos de Desenvolvimento Econômico para o Bem-Estar, realizado na Cidade do México.
Valor agregado
O comércio norte-americano mantém o valor dos Estados Unidos dentro da região. De acordo com os indicadores de Comércio em Valor Agregado da OCDE, aproximadamente 15% do valor das importações manufatureiras dos Estados Unidos provenientes do Canadá e do México refletem o trabalho norte-americano (materiais, peças, design ou serviços) que retorna para casa.
Em contrapartida, as importações provenientes da China contêm menos de 2% do valor americano. Em resumo, cada dólar de importações manufatureiras provenientes da América do Norte impulsiona mais a atividade econômica nacional e o emprego americano do que o comércio com parceiros mais distantes.