O aumento das chamadas “tarifas estratégicas” no México afetaria principalmente a China se fosse ratificado pelo Congresso da União.
O governo da presidente Claudia Sheinbaum propôs a aplicação de tarifas diferenciadas de 10%, 20%, 30%, 35% e até 50%, o máximo permitido pela OMC.
A medida atingiria 1.463 frações tarifárias. Afectaria principalmente produtos de países sem tratados de comércio livre com o México, entre eles a China, o segundo parceiro comercial do país depois dos Estados Unidos.
Tarifas estratégicas
Em 8 de setembro, a Secretaria da Fazenda e Crédito Público anunciou novas medidas fiscais no comércio exterior para “criar um ambiente de concorrência mais justo”. Entre elas destaca-se a aplicação de tarifas estratégicas a países sem acordos comerciais em vigor.
A proposta foi apresentada juntamente com o Pacote Econômico 2026, que deverá ser aprovado pelo Congresso em 2025, embora a Lei de Comércio Exterior permita ao Executivo modificar as tarifas de forma unilateral.
As taxas se concentram em setores-chave como automotivo, têxtil, siderúrgico, plástico, eletrodomésticos, brinquedos, móveis, calçados, motocicletas e vidro, entre outros.
Quotas compensatórias
A China acompanha de perto as investigações antidumping que o México mantém sobre produtos de origem chinesa. No início de outubro, um porta-voz do Ministério do Comércio da China instou o governo mexicano a respeitar as normas da Organização Mundial do Comércio durante o processo.
Até 20 de agosto de 2025, o México registrava 88 quotas compensatórias em vigor por práticas de dumping. Essas medidas abrangem 57 produtos provenientes de 18 países, com a China concentrando 45% dos casos. O setor de metais básicos e seus manufaturados representa 65% do total.
O porta-voz destacou que a Secretaria da Economia iniciou recentemente quatro investigações antidumping a pedido de empresas nacionais. Entre os produtos afetados destacam-se o vidro float e os tecidos revestidos com PVC.
“A China se opõe firmemente às ações protecionistas que prejudicam os interesses legítimos de suas empresas”, afirmou o funcionário. Segundo o ministério, o México iniciou 11 investigações antidumping contra produtos chineses em 2025, quase o dobro do ano anterior.