O IED chinês e a deslocalização no México geram debate regional. Embora o país tenha captado investimentos recordes em 2025, persistem dúvidas nos Estados Unidos e no Canadá quanto ao impacto no setor automotivo e ao cumprimento das regras do T-MEC.
A posição atual do México em relação ao investimento chinês permanece neutra, e o governo se concentra em maximizar a atração de IDE como parte do fenômeno da deslocalização.
No entanto, o governo canadense destacou em um relatório que o México mantém seu compromisso de ampliar a colaboração trilateral em questões relacionadas às políticas e práticas não comerciais de outros países, conforme acordado na quarta reunião da Comissão de Comércio Exterior (FTC) do T-MEC.
A deslocalização ocorre quando uma empresa transfere parte de sua produção ou serviços para outro país a fim de reduzir custos. O processo envolve a transferência de fábricas, empregos ou centros de atendimento. Além disso, responde a estratégias empresariais focadas na competitividade global.
IED chinês e a deslocalização
Em 2024, as entradas acumuladas de IDE chinês no México, entre 2006 e 2024, totalizaram 2.792 milhões de dólares. O valor equivale a apenas 0,5% do total desse investimento produtivo estrangeiro na economia mexicana.
Em dezembro de 2023, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e a Secretaria da Fazenda assinaram um Memorando de Intenções. O acordo visa criar um grupo de trabalho para trocar informações sobre avaliação de investimentos e segurança nacional.
Indústria automotiva
Fabricantes chineses de veículos elétricos, como BYD, MG Motor e Chery, demonstraram interesse em instalar fábricas no México. No entanto, essas intenções ainda não se concretizaram em projetos reais de investimento.
As partes interessadas no Canadá e nos Estados Unidos manifestaram preocupação com o investimento chinês no México. O foco está no setor automotivo e no risco de que as empresas chinesas busquem contornar as tarifas do T-MEC produzindo ou transbordando a partir do território mexicano.
O México atraiu um recorde de US$ 34,265 bilhões em IED durante o primeiro semestre de 2025. Foi um aumento anual de 10,2%, consolidando o país como um destino relevante para o capital estrangeiro.
Por mais de três décadas, a América do Norte se beneficiou do livre comércio com o NAFTA e agora com o T-MEC. A integração em cadeias de valor estratégicas, como a automotiva e a agroalimentar, fortaleceu a economia regional.
Embora o Canadá e o México mantenham uma relação bilateral importante, seu eixo comercial continua sendo os Estados Unidos. Em 2024, mais de 80% das exportações mexicanas e mais de 75% das canadenses tiveram como destino o mercado norte-americano.