O governo do México propôs ao Congresso da União a imposição da tarifa NMF mais alta a 1.563 produtos (frações tarifárias).

A iniciativa tem grandes chances de ser aprovada pelo Congresso sem nenhuma ou poucas modificações, considerando que o partido Morena (ao qual pertence a presidente Claudia Sheinbuam) e seus aliados têm maioria.

Tarifa NMF mais alta

A Secretaria da Economia apresentou essa medida para reforçar a produção nacional e proteger empregos em setores estratégicos. A decisão faz parte do Plano México, que busca dar mais clareza à política industrial. Ao mesmo tempo, responde ao desafio da concorrência proveniente da Ásia.

O objetivo central é substituir as importações de bens e insumos. Trata-se de produtos que chegam de países sem tratados comerciais com o México, como China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia e Turquia. Com isso, parte da demanda será coberta pela produção nacional. Assim, aumenta-se a capacidade instalada e, ao mesmo tempo, geram-se milhares de empregos adicionais.

A medida também visa proteger 325.000 empregos em risco nessas indústrias. Esses empregos estão concentrados nos principais polos industriais: Nuevo León, Jalisco, Estado do México, Cidade do México e Querétaro. Dessa forma, milhares de famílias têm garantida sua fonte de renda.

Importações da Ásia

Quanto aos critérios, a Secretaria da Economia definiu quatro pontos-chave. Primeiro, foram selecionadas importações que incluem tanto bens finais quanto insumos produtivos. Segundo, foi considerado o nível de dependência em relação aos fornecedores asiáticos e foram priorizados os produtos com baixa dependência.

Terceiro, procurou-se evitar pressões inflacionárias. O objetivo é que a substituição de importações não aumente os preços ao consumidor. Dessa forma, mantém-se o equilíbrio entre a proteção à indústria e a estabilidade dos mercados. Quarto, foram respeitados os limites tarifários da Organização Mundial do Comércio, o que mantém o México dentro do marco normativo internacional.

A medida também tem um impacto macroeconômico. Reduzir a dependência das importações asiáticas e fomentar a produção nacional contribuirá para melhorar a balança comercial. Além disso, a estratégia gerará um efeito multiplicador, ao impulsionar o investimento local, fortalecer as cadeias de valor e dinamizar a indústria interna.

Em conclusão, a aposta do governo não visa apenas reforçar a soberania produtiva. Pretende também consolidar um modelo de crescimento mais equilibrado e menos vulnerável à concorrência externa. Assim, a indústria nacional, os empregos e as regiões manufatureiras ficam no centro da política econômica.