As tarifas do presidente Donald Trump implicam uma relocalização geopolítica, destacou Marcelo Ebrard, secretário da Economia.

O que é realocação geopolítica? Um processo em que países e empresas reconfiguram cadeias de abastecimento e investimentos para reduzir riscos estratégicos. Implica transferir a produção ou alianças para regiões mais seguras, buscando estabilidade, competitividade e menor dependência de zonas de conflito.

Relocalização geopolítica

Ao final da Terceira Reunião Plenária do partido Morena na Cidade do México, Ebrard comentou neste sábado que essa reconfiguração mundial tem mais peso do que a revisão sexenal do Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC), que deverá ser feita em 1º de julho de 2026.

“O que vamos testemunhar? O que chamamos de relocalização geopolítica, ou seja, antes se falava em relocalização, mas agora ela é imperativa. Por quê? Porque você tem um sistema de tarifas baseado em onde você produz, não na qualidade do seu artigo, não no preço relativo, não na tecnologia, mas é uma decisão política”, disse Ebrard.

As alfândegas americanas aplicam atualmente tarifas de 35% ao Canadá e 25% ao México para produtos que não cumprem o T-MEC devido à suposta falta de cooperação em matéria de fentanil e migração; de 25% para veículos leves de ambos os países (excluindo o conteúdo americano) e de 50% para aço, alumínio e cobre também para as duas nações.

Tarifas

Nesta segunda-feira, em seu primeiro relatório de governo, a presidente Claudia Sheinbau destacou que “o México é o país com a menor porcentagem média de tarifas alfandegárias em todo o mundo”.

Sheinbaum acrescentou que o governo mexicano continuará trabalhando com as diferentes Secretarias de Estado dos Estados Unidos. 

“Estamos convencidos de que, no âmbito do Tratado Comercial, podemos alcançar condições ainda melhores”, acrescentou a presidente. 

Em dois dias, o México receberá o secretário do Departamento de Estado dos Estados Unidos para acordar um marco de colaboração em matéria de segurança.

“Deixamos claro que a base desse entendimento é a responsabilidade compartilhada, a confiança mútua, o respeito à soberania e territorialidade e a cooperação sem subordinação”, disse ela.