O governo do México informou nesta terça-feira que extinguirá nos próximos dias o programa IMMEX para calçados.
O secretário da Economia, Marcelo Ebrard, comunicou que essa mudança será feita por meio de um decreto assinado pela presidente Claudia Sheinbaum, que já foi redigido e será publicado em breve no Diário Oficial da Federação (DOF).
Programa IMMEX para calçados
No início de abril, a Secretaria da Economia tomou uma decisão prévia relacionada. Cancelou as licenças de cinco empresas da indústria calçadista inscritas no programa IMMEX.
O anúncio foi feito com o apoio da Unidade de Inteligência Financeira e da Agência Nacional de Alfândegas do México. Segundo o órgão, as empresas teriam simulado processos de fabricação de calçados.
O programa IMMEX permite que as empresas importem temporariamente insumos sem pagar o imposto geral de importação. Também as isenta, em alguns casos, de direitos antidumping ou compensatórios. Tudo isso com a condição de que esses insumos sejam usados na elaboração de produtos de exportação.
Decreto
O funcionário deu a notícia durante uma viagem de trabalho em León, Guanajuato. Ele explicou que a decisão é resultado de uma investigação ordenada por Sheinbaum.
A Secretaria da Economia liderou o processo em coordenação com os governos de Guanajuato e León. Também participaram empresários do setor.
O objetivo, disse ele, é acabar com práticas que afetam a produção nacional.
“Ela (Sheinbaum) ficou muito surpresa e pediu informações sobre o motivo do aumento de 159% no volume, no número de pares de calçados importados para o México, sendo produtos acabados”, comentou Ebrard.
“A presidente nos perguntou por que estamos importando calçados acabados no formato temporário, é absurdo!”, acrescentou Ebrard, em um evento na Expo Sapica (Salão do Couro e do Calçado).
Entre 2019 e 2024, a indústria calçadista no México perdeu força. A atividade caiu 12,8%. A principal causa: a importação temporária de produtos acabados.
Esse esquema permite que os importadores não paguem IVA. Eles também não exportam os calçados. Em vez disso, os vendem no mercado nacional, evitando o imposto e tarifas de pelo menos 25%.
Para Sheinbaum, conforme explicou Marcelo Ebrard, o calçado é mais do que um produto. É um símbolo do México. Uma indústria com tradição e peso na economia.
Atualmente, o setor gera emprego direto para entre 120.000 e 130.000 pessoas.