O Brasil aumentou suas importações de produtos de alta tecnologia da China nos últimos anos, de acordo com um relatório do Banco Central do Brasil (BCB).
Em geral, o Brasil aumentou suas vendas de produtos agroalimentares para o mercado chinês, enquanto a China envia cada vez mais produtos manufaturados para o mercado brasileiro.
Em 2024, o volume importado pelo Brasil da China foi 98% maior do que o observado em 2019, ano anterior à pandemia de Covid-19. Esse movimento é particularmente perceptível a partir de 2021, com uma forte aceleração em 2024.
No início de 2025, o movimento se intensificou com importações de plataformas de petróleo no valor de 2,7 bilhões.
Importações de produtos de alta tecnologia
Em contrapartida, o BCB informa que a participação dos Estados Unidos como origem das importações brasileiras tem seguido uma tendência de queda desde 2001, embora oscilando ao longo do período, com uma redução de 23% no montante importado em relação a 2019.
Além disso, a maior representatividade do país asiático ocorreu não apenas em termos de volume, mas também no grau de tecnologia associado às mercadorias. A partir de 2019, a China ultrapassou os Estados Unidos nas vendas de bens classificados como de alta e média/alta tecnologia.

Acordos com a China
Em 13 de maio de 2025, o Brasil e a China assinaram 20 acordos durante a visita de quatro dias do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Pequim. Três deles abriram cinco novos mercados agrícolas para o Brasil. A China autorizou as importações de carne de pato, carne de peru, vísceras de frango, derivados de etanol de milho e carne de amendoim.
Além disso, esses acordos incluíram avanços importantes na cooperação sanitária e fitossanitária. Os demais acordos impulsionaram a colaboração tecnológica e reafirmaram o compromisso dos dois países com um mundo mais cooperativo e multipolar.
A economia da China manteve seu ímpeto no início de 2025. O PIB cresceu 5,4% em relação ao ano anterior no primeiro trimestre. Essa foi a mesma taxa registrada no final de 2024 e maior do que nos dois trimestres anteriores. Assim, o país está se aproximando da meta de crescimento de 5%.
O dinamismo foi refletido em todos os setores. O setor secundário contribuiu com 3,2 pontos percentuais. Por sua vez, o setor terciário contribuiu com 2,1 pontos. Até mesmo o setor imobiliário mostrou sinais de recuperação, aumentando 1,0% pelo segundo trimestre consecutivo.
Do lado da demanda, o consumo das famílias liderou o crescimento. Sua contribuição aumentou para 2,8 pontos. Em contrapartida, o investimento e a demanda externa subtraíram 0,8 e 0,4 pontos, respectivamente.